segunda-feira, 18 de agosto de 2008

lírios no pomar

também tenho fumado muito
porque pouco há o que hablar
pessoas são assim
coisas são assado
a boca secou
a palavra foi ao cinema
com o dicionário
e, se quiser, cultivo lírios no pomar.


chacal

frio da manhã
estranha sensação
sonho que
nunca chega ao fim
arco-íris
flores um sono
que não
me quer deixar

charles viramundo


carros loucos
na rua não conseguiremos
nos erguer
trânsito caos
bicicletas encantadas
voando para o
infinito

sebastião das neves

na próxima vez
que quiser ler meu pensamento
vai ver uma coisa
letras soltas
páginas rasgadas
capítulos sem fim
vírgulas loucas
surpresas e suspiros
tigres de papel
caras de nanquim

Camila Sintra



Eu conheço muito pouco
Desta vida
Quase nada me consola
Alguém me chama
A lua nova
Estrelas se apagam nos
Teus beijos
Esta vida sempre foge
Ao meu controle
Um segredo que não temos
Tua casa
Razão inexplicável
Das estrelas
Som que nos carrega
Pelo infinito
Som luz cores
Agora tudo é luz

Carl effe

Biografia polêmica
Gera rosa em Guimarães
A vida e a literatura
Sinfonias gerais
O charme sofisticado
A simpática beleza
Brilho e glamour
De Agnes e Vilma
Dance dance dance
Uma isca perfeita
Não acham

Robson crusué



Esperanças,
Cheguei tarde demais
Como uma lágrima

Paulo Leminski


Meus amigos são vagabundos
Bêbados zens iluminados
Mochileiros das galáxias decadentes
Errantes nômades utópicos revoltados
O sol queima o asfalto
Avenida que se perde nos escombros
Os nossos passos se distanciam
Assim mesmo o cansaço
Não nos larga
O foda mesmo é quando
A gente cansa de viver
Aí tudo passa a ser tédio
Tudo mesmo

Antonio brás

Buscando o silêncio azul


Guardo na estranheza de meus dias
O peso desta surda solidão
Ser luz que se apaga
Sonho doce
Deserto manhã
O café esfria sobre a mesa
Enquanto eu não me reconheço
Estranheza de mim de ti
Eu temo a luz
O som
A manhã
Memória desfeita de rotina e caos
Como posso agüentar tanta dor?
O deserto me chama
Destino mudo
Esta noite de tédio
Poesia que se cala e não me afeta
Esta estrada iluminada guarda
Segredos insondáveis
Eu sinto a luz distante da lua
O branco azul do céu
E me calo
Um monge que busca o silêncio

Ocnarb etnafele


Sussurro azul

O som que me move esta além do sonho
Que me sussurra este azul
Vida ó vida
Grita o peito ferido quase calado
A floresta é perigosa
Caí diante dos medos à pressa de ser
Entendo agora o meu pai
Quando em sua obra se isentou de ser deus
Quis apenas ser homem
A luta que nos obriga o sonho
Ser o menor entre todos
Batalha de mim mesmo
Som inebriante da vida
O amor que nos escorre por entre os dedos
Uma quase oração sem sentido mágico
A nossa própria tragédia

Ocnarb etnafele

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